19.12.1981
Nossa atitude ante as coisas é que determina seu valor, pois nós, só nós, somos o sujeito do conhecimento. As coisas podem ser conhecidas através de muitos prismas, tantos quanto queiramos, e embora sejam movimento estático, eterno e infinito, são reais e imutáveis o que, em forma de palavras, parece-nos absurdo. E são. É que as palavras, que também são Deuses, voam mais alto que a realidade.
Nós, esses maravilhosos seres humanos, também somos tudo isso, mas com a consciência do processo, podendo mesmo modificá-las, modificá-lo; somos capazes de entender, pois somos Lógicos; julgar, pois somos Éticos; e amar, pois somos Estetas. É este o sentido do Panorama Visto da Ponte, sentido que lhe dou, simplesmente porque Eu Quero. É o ponto de vista do espectador, do Sujeito, ou seja, do Herói, do Prometeu Eterno, dono do Fogo, que os Deuses guardavam, zelosos e avaros, no seu inútil nada ser, atemporal e inócuo,
Mas agora, o Universo, que é um poema de um verso só, já tem um Dono, o Sujeito, capaz de conhecer, nomear, julgar e organizar, poderíamos chamá-lo de Jeová Brahma, Aknaton, Osíris, Odim, Tupan, Changô, Krishna ou outros apelidos que lhes inventamos, mas o seu verdadeiro nome, nome comum, por isso próprio, vai aqui, com muita propriedade, com letra maiúscula: Homem, ou, ainda, o Homem Universal, ou seja, coletivo.
A Imagem seria a de um Homem Qualquer, sentado em seu Trono Imperial, tendo a sua direita, porém um pouco abaixo, Deus; e a sua esquerda, nesse mesmo plano, o Diabo; que parecem inseparáveis como o Norte e o Sul e todos os opostos. E o Homem pensa, pois humano é, nas propostas que fazem os dois mercadores que querem lhe impor suas inúteis mercadorias, aliás, muito parecidas.
E o Homem imagina uma maneira de fazer com que os dois seres ilusórios se autodestruam, se anulem, para a Humanidade poder descobrir-se pela lógica, pela beleza e pela bondade, sem a influência cruel e nefasta desses dois personagens negativos que nós mesmos criamos, nos tempos antigos, para ocultar o vazio da nossa inteligência. Livremo-nos dos caciques e dos pajés. Nossa tribo é o mundo inteiro.
Precisamos de democracia, cultura, fraternidade, internacionalismo, universalismo e humanismo. E o DEUS que existe na gente se revelará Bom, Inteligente e Belo. Nós fomos Deuses e temos nos esquecido.
ANTONIO BRUNO ZWARG.
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